Ministério Público Federal se tocou que existe algo de errado no Exército brasileiro

Olho vivo


Numa decisão inédita, o Ministério Público Federal se tocou que existe algo de errado no Exército brasileiro e quer investigar casos de homofobia lá existente. Não é de hoje que essas histórias pipocam, ou não, por diversas razões. O anúncio foi feito pelo Procurador Geral da República do Estado de São Paulo, Sergio Gardenghi Suiama, durante uma das mesas de debate na I Conferência Nacional GLBT. Disse ele, "a nossa intenção é pesquisar os inquéritos e ações penais pelo crime de 'pederastia' previsto no código penal militar", revelou Suiama em entrevista exclusiva ao site A Capa.

O procurador explicou que pesquisando, observou que concretamente a redação que estabelece ser crime fazer sexo dentro do quartel.

“O que queremos examinar é se há um tratamento igualitário quando o sexo é entre um soldado e uma moça e se quando é o caso entre dois soldados ou membros das Forças Armadas", afirmou o procurador. De acordo com Suiama, no caso de o tratamento entre héteros e homos ser desigual, "o MP vai instar o Estado brasileiro a adotar medidas específicas para compensar essas diferenças no tratamento. Existe essa discriminação nas forças armadas".

O procurador apontou a Educação para a diversidade sexual como uma das medidas a serem aplicadas. Segundo ele, a hipótese que permeia a pesquisa é que no caso de sexo heterosexual, a medida punitiva é tratada "como crime de bagatela". Quando são dois homens é tratado como uma situação "realmente grave". "Graças a este tipo de pesquisa que o movimento negro conseguiu a adoção de ações afirmativas. Mostraram que há desigualdade entre brancos e negros, é isso que nós queremos fazer em relação aos GLBTs dentro exército", sentenciou o procurador.